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PANCs: o que são e quais seus benefícios?

  1. Nessa semana do mês vegano, a nutricionista Cristina Ramos Callegari nos explicará o que são Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) e como seu consumo pode trazer benefícios à saúde e ao bolso do consumidor, além de gerar mais fonte de renda ao agricultor!

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PANCs: o que são e quais seus benefícios?

A maioria do circuito comercial de vegetais atualmente é dominado por algumas poucas plantas, gerando uma dieta que não contempla os nutrientes e compostos bioativos importantes para o metabolismo, o que é muitas vezes compensado com o consumo de suplementos. O Brasil registrou cerca de 10 mil vegetais com potencial alimentício, no entanto a alimentação da maioria dos brasileiros se restringe a 20 e apenas quatro alimentos (arroz, trigo, milho e batata) representam 50% de tudo o que se come.

As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) são plantas que poderíamos consumir, mas que não fazem parte do nosso cotidiano. Muitas delas tiveram ou ainda têm algum consumo tradicional em determinadas regiões ou culturas, mas estão caindo em desuso. O termo “não convencionais” significa que não são produzidas e comercializadas em grande escala, fazendo com que seu cultivo e uso possam cair no esquecimento. Também são consideradas PANC as partes comestíveis não convencionais, como o coração e as flores da bananeira, as cascas da banana, a banana verde, a folha da batata-doce, o mamão verde e seu talo e a jaca verde.

O termo PANC depende, contudo, da(s) pessoa(s) com quem você está dialogando e se essa planta é ou não convencional para esta(s) pessoa(s). O pinhão (semente da Araucaria angustifolia), por exemplo, é muito consumido em SC, porém não é convencional para moradores de várias outras regiões do Brasil.

As PANC devem estar relacionadas com aquilo que o ambiente local pode proporcionar, incluindo tanto as plantas nativas como aquelas originárias de outros lugares, mas que são facilmente cultivadas de acordo com o clima e a época no nosso local. Muitas são espontâneas e consideradas mato como o caruru (Amaranthus deflexus), a beldroega (Portulaca oleracea), o picão preto (Bidens pilosa L.) e a serralha (Sonchus oleraceus).

O consumo dessas plantas é amparado por uma série de pesquisas científicas, que indicam não só a segurança de seu uso, mas também suas propriedades nutricionais e compostos bioativos presentes. É importante saber identificar corretamente a planta, qual ou quais são suas partes comestíveis e a forma de preparo indicada para o consumo já que algumas PANC só podem ser consumidas após o cozimento que é fundamental para eliminar substâncias tóxicas para o organismo.

Para os agricultores tanto a opção de comercialização de plantas espontâneas como a de outras partes das plantas cultivadas convencionalmente pode gerar maior oferta de alimentos ao longo do ano, novos produtos processados com PANC, turismo rural e gastronômico. Para os consumidores a ideia é diversificar o consumo de plantas, proporcionando uma alimentação variada que forneça todos os nutrientes que nosso organismo necessita. Além disso, algumas PANC têm propriedades medicinais e seus compostos bioativos contribuem com a promoção da saúde. As PANC são um ótimo caminho para uma alimentação adequada, saudável e responsável.

Saber identificar, cultivar e consumir as PANC contribui com a valorização das culturas alimentares nas quais essas plantas estão presentes e evita que elas desapareçam do nosso cotidiano. Contribui também com a valorização da biodiversidade, a promoção da segurança alimentar e nutricional, a soberania alimentar e a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável.


Cristina Ramos Callegari

Nutricionista CRN10 0992

Especialização Multiprofissional em Saúde da Família modalidade residência

Especialização em Fitoterapia Integrativa (cursando)

Extensionista Social na EPAGRI / Escritório Municipal de Florianópolis

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